domingo, 9 de setembro de 2007

Preto das panelas

Hoje acordei e vi
o dia com cara de chuva
Essa chuva de dentro da gente
que deixa o peito encharcado de enxurrada

Chorei derramando um céu
Por caminhos alagados
caminhei sem pressa ...

Lembranças do sol secando a grama
cheiro de terra molhada
Minha mãe no fogão à lenha
cozinhava feijão
O fundo da panela
tinha sabão de soda
para evitar o preto do carvão,
e ela cantava...

Minha alma sorri
com saudade dos tempos
que eu chorava para não lavar panelas.

A gente é assim
Um dia triste
Noutro guerreiro que nunca desiste.
Vou lavando as panelas desta vida
sem sabão para ajudar.

Romilda Santos

Um comentário:

Anônimo disse...

Ro!!!
Esse blog ficou a sua cara!
E essas poesias, que show!
Paarabéns viu, ficou dez!
Um beijo