Paulo coelho escreveu:
"Na Margem do Rio Pietra eu sentei e chorei"
Eu escrevo o que fiz de fato nesta manhã.
Na beira da ESTRADA eu sentei e chorei; não isso não é um
romance.
Em mais uma das minhas viagens solitárias onde os
pensamentos ficam ainda mais latentes, parecem que sentam no banco do
passageiro e olham diretamente para nós e falam em voz alta.
Como sempre eu tenho um lugar para fazer uma parada,
tomar um café para seguir em frente, hoje no mesmo lugar enquanto parava e
tentava abandonar meus pensamentos pelo meio da estrada, eu realmente não
estava querendo a companhia deles.
Mas o que eu ouvi ao entrar na lanchonete em uma
televisão ligada, uma noticia que não gosto de ouvir, tentei não prestar
atenção e fui embora fingindo não ouvir, e tudo o que eu consegui foi ter meus
pensamentos de volta como companhia e dessa vez pareciam fazer ainda mais
barulho na minha cabeça.
Então eu sentei e chorei:
Chorei a infância daqueles que eu nunca conheci e que são
maltratados, chorei ausência de uma família, chorei a falta de amor de tantos,
chorei por aqueles que nos rodeiam e que parecem não saber que a alma e o
espirito é que importam nesta vida.
Chorei algumas dores escondidas e acalentadas ao longo da
minha caminhada por essa vida.
Às vezes quando a gente chora é para sentir a alma lavada
e de cara nova vamos seguindo em frente.
Hoje eu continuei minha estrada depois do choro, cheguei
mais tarde, mas sem sentir nenhum atraso, às vezes é preciso parar, eu parei e
depois segui, mas o coração ainda não estava leve, pedi a Deus que cada lágrima
no meio as orações que eu fiz, sejam ouvidas.
Sei que tenho sentimentos que necessitam de explosão,
agora eu escrevo com a sensação que no final, eu volte para mim com pensamentos
em busca de compreensão para essa minha alma exacerbada.
Que eu aprenda e saiba o destino de cada pensamento, que
eu saiba o que fazer com as inquietações que estão sempre batendo na soleira da
minha porta e às vezes grita alto.
Eu penso que devemos passar por essa vida e deixar nossas
marcas, mas que sejam marcas que possam acrescentar o que é bom na vida do outro.
Eu tento fazer sempre os meus dias sejam alegres e na
maioria das vezes sou extremamente alegre, esse texto parece triste, mas triste
não sou, apenas questiono cada passo que eu dou e chorar não é sempre ruim.
No final somos todos humanos, ainda que muitos não saibam
disso.
Romilda Santos