sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

No meu lugar


Hospício aqui me tens
Eu vim pelas minhas próprias pernas e vim porque quis
Não me amarraram e nem me forçaram a nada
Abra a porta e me deixe entrar
Tenho medo dessa gente que dizem que sou louca
Tenho medo que me aprisionem neste mundo que não reconheço...
Minha loucura é não ser como tantos são
Seres sem alma
Sem Verdade
De pouco sentimento
De muito ego
Das tantas vaidades
Me perco entre tantos
Hospício meu hospício
Me deixe entrar
Quero falar de anjos...
Romilda Santos

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Evaporar

Hoje acordei pensando na palavra evaporar, tantas vezes a gente diz: "quero evaporar"
Fui no dicionário formal:
Evaporar: Transformar-se, converte-se liquido em vapor.

Converte-se ? Não isso não, eu não quero deixar de existir, eu EXISTO.

Transformar-me, vivo de transformações, seja mudando de trabalho, de cidade, novos amigos, outros conhecimentos, no cabelo sou mestre, já fui loira, ruiva, morena, cabelos longos, cabelos curto, como dizia um velho amigo meu: "Ela não se pode dizer, é aquela morena ou loira, pode ser que já não seja mais..."

Hoje eu quero evaporar, viajar nas minhas transformações, eu não me canso de transformações; eu me canso do todo dia igual, eu me canso da vida morna, eu sou fogo que queima e que precisa arder de vez em quando, para fazer o mundo girar mais rápido, talvez eu fique tonta e quase caia, mas se cair também não importo em levantar, aprendi nas quedas e depois das reerguidas fico cada vez mais forte.

São as tempestades que fazem o novo amanhecer, é depois da chuva que apreciamos o sol, é o inverno que encolhe e o verão que faz saltitar.

Penso em segredo, nas coisas do meu coração inquieto...
Sou das raízes, mas sou do vento que me leva para outro lugar, quero sempre voltar para quem eu amo, mas quero ir também para ser a saudade que abraça forte.



Romilda Santos

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Mergulho

De perfeição eu passo distante
e não tenho pretensão
São meus erros que contam meus dias
e deles faço melhor essa minha existência
Do amor eu sou completa
Não me serve as pitadas de sal
Minha alma se revela para poucos
Aos que chegam... permanecem
No meu nada eu tenho tudo
Tudo o que me convém
E o que me convém é o que sinto no coração
Na solidão eu converso e me faço companhia
Sonho acordada e dou risada entre paredes
Sou grata pelo que a vida já me deu
Retribuo sempre que posso.
Já conheci o mar
Mas nunca mergulhei...


Romilda Santos