sábado, 12 de setembro de 2009

Sem destino

Andei pensando que quero entender
Mas o que quero entender
não se explica nos livros que andei lendo
Fiquei parada a pensar que também não quero mais entender
Porque não entender até me faz bem

Outro dia me chamaram de louca
Eu dei risada
Ainda bem, é assim mesmo que quero ser
Ja disse outra vez
Essa tal "normalidade" não me cabe
Louca e não doida

E ainda que estes loucos normais não me entendam
Eu fico feliz na estranheza do que sinto
Ora perdidamente apaixonada
Ora totalmente sem amarras
Acredite no que eu sinto agora
Mas saiba que a qualquer hora eu posso partir

De vez em quando eu sonho
com pôr do sol na casinha
jantar quente no fogão para dois
e dormir todo dia no seu abraço...

Daqui a pouco sou pássaro
Sem destino é o meu destino.

Romilda Santos12/09/09

sábado, 5 de setembro de 2009

Pecado

Meu doce pecado
Meu sonho de mulher
deixe que ey afague teus cabelos
Não pense no futuro
Não lembre do passado
Deixe apenas nossos
sonhos navegarem
por mares incertos
pelos ventos do destino

Minha insanidade
escorrega e desliza pelos
caminhos da felicidade
Fecho os olhos e vou de encontro ao êxtase
Reinvento a vida
Vem o sol
Vem a lua
Num único instante
E o tempo ?
Que importa
Se é ele que nos leva...

Yara Belizário
Pseudônimo de Romilda Santos...

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Eu gosto

Ai como gosto de perder o juízo
quando o amor bate na porta
Ai como gosto de estar na corda bamba
quando o amor diz:
Não importa se eu cair!
Porque é do amor que se faz a graça de viver

Ai como gosto de perna bamba só de pensar
que é o amor vai entrar na porta aberta
Ai como gosto das borboletas no meu estômago
quando o amor passa do outro lado da rua

Ai como gosto desse negócio de amar sem medida
Dos destemperos dessa vida
Eu gosto mesmo é de amar
Não importa o jeito e nem se tem defeito
Bom mesmo é enlouquecer e quase morrer
E ainda assim gostar de viver

Ai como gosto do amor
Tens razão amor mesmo quando a razão
nem precisa existir.
E eu gosto mesmo é de amar
O tempo todo sem saber o que vai ser
Pode ser o que quiser
mas que seja o amor
Tenho saudade
Sim eu tenho, espero que volte a qualquer
hora para me tirar o equilibrio.


Romilda Santos
05/08/09 - Rondonópolis - MT

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Espetáculo de Vida

Eu vi na janela do passado
o tempo de cada tempo de ser feliz
Vi cada pessoa que esteve no meu jardim
E que hoje já floresce em outro lugar

Vi no presente quem chega devagarzinho
garantindo seu lugar neste tempo do agora
Sei que o tempo fecha a cortina
do espetáculo de cada época
Atrás do palco fica a luz que nunca se apaga.

A memória pinta o quadro como uma obra prima
de cada um que fez primavera nas minhas estações
Hoje pendurei o quadro da minha memória no museu
de grandes obras de arte
Tranquei no meu coração cada flor que colhi.

Tem cheiro de chuva na terra molhada
Tem canto de passarinho
Tem novas flores
Ainda ontem reguei com um sorriso uma nova semente
Quero exalar o perfume destas flores
raras que estão nascendo.
As cortinas estão se abrindo
É hora de novo espetáculo!


Romilda Santos
10/07/09

domingo, 5 de julho de 2009

Fim sem fim

Não tente entender ou fazer nas suas páginas
a tradução fiel do que sou.
Nenhum livro escrito pode dizer
a verdade da linguagem de um coração com asas

Essa vida que diz
que nunca estarei em nenhum porto
É sempre um novo vôo
que começa no fim sem fim...

Vou lembrar do seu último olhar
Ainda que você não saiba
que era amor tudo aquilo que disse.

A minha insanidade
me diz que quando o seu olhar me alcançar
Eu sei vou desviar a atenção
e olhar para outra montanha ainda que esteja longe.

É de uma esperança sem fim
que eu possa falar sem nada dizer
Que leiam pelos ares os aromas que
escrevem o meu caminhar...

Que o amor seja sempre
o maior de todos os sentimentos.


Romilda Santos
04/07/09

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Estrela Passada

Hoje quero deitar em qualquer lugar
que faça silêncio
olhar o céu de estrelas
e em meio a elas ver escrito a nossa história

Quero reler entre o brilho delas
cada momento tão distante já vivido
tão presente agora
Ouço meu coração batendo tão forte
como calvagar de uma tropa

Mas o que são esses sentimentos
tão quietos, tão resolvidos
que me faz perder o sono
e essa lágrima teimando descer minha face

Tanta coisa já chorei
Tanta coisa sonhei
O que mais falta sonhar?

E esse caminho por onde vai
O que mais vem nessas emoções
São minhas emoções silenciosas
São as minhas canções dentro desse peito
São as vozes que se perderam no tempo
Minha janela olhando em frente
Vendo um sol que brilha
fazendo nostalgia no entardecer
desse peito teimoso.

Vou fechar os olhos e guardar
no pensamento minha estrela passada.

Romilda Santos
25/05/09

domingo, 17 de maio de 2009

As melhores amigas da minha vida

Olho agora para toda a minha vida passada e me lembro que ainda quando criança que meu pai mudava constantemente de cidade e eu sempre tinha que deixar para trás as amigas que eu tinha feito.

Eu sempre fui uma pessoa que gostava de ter amigas, mas sempre escolhia uma para ser a mais próxima; gostava de dividir tudo com uma amiga em especial.

Aos noves anos conheci Maristela, era branquinha, loirinha e dentuça, mas me lembro do seu rosto até hoje e de nós brincando na rua, eu simplesmente adorava Maristela, acho que a cidade se chamava São Sebastião do Pontal.

Ainda me lembro do dia da mudança de cidade novamente que Maristela correu para me dar uma fotografia dela, ela usava um vestido estampado todo florido e lá estava seu sorriso enorme. Guardei a foto por muito tempo e ainda acho que está guardada na casa da minha mãe, tinha saudade dela, mas naquele tempo, não existia, celular, msn, orkut, nada destas coisas virtuais que fazem a gente saber onde o outro está, estas modernidades que hoje existe e que de certa forma podem nos manter vivos na memória das pessoas. Ás vezes penso o que foi feito dela, será que ela se casou, teve filhos. Aonde andará minha primeira amiga de infância?

Eu nunca entendia porque eu tinha que deixar para trás as pessoas que eu gostava, eu achava que por eu gostar de alguém ela tinha que fazer parte da minha vida para sempre, eu não entendia porque eu não iria mais ver uma pessoa que eu gostava, aquilo sempre me machucava muito.

Outra cidade e acho que tinha 10 anos nesta época, eu conheci Marileide, éramos vizinhas, quantas vezes minha mãe brigava comigo por eu ficar horas e horas na rua brincando com a inseparável Marileide. Desta vez me lembro bem esta cidade era Iturama, e minha mãe "fincou" de certa forma os pés ali e disse que não se mudaria mais, já estava cansada de tanta mudança, era sempre uma escola nova, primeiro dia de aula sempre, novos coleguinhas sempre. Não sei ao certo porque na adolescência parei de ver Marileide, sei que nunca brigamos.

Nesta cidade passei a minha adolescência e foi quando eu conheci a Luciana(Lu). A minha amiga Lu, era loira, alta e sempre me chamava com muito carinho de baixinha, minha mãe sempre implicava com ela, porque nós não desgrudávamos e a mãe dela dizia que teríamos calo na língua de tantos que conversamos.

A Lu foi minha grande companheira na escola, nas experiências novas com namorados, quando engravidei aos 16 anos, nas noites que chorava, ela estava ali sempre agüentando as minhas loucuras.

E desta vez fui eu aos 17 anos mudar de cidade, queria mudar de vida. A Lu também mudou, por algum tempo tínhamos o telefone uma da outra, depois as dificuldades daquele tempo e de repente a gente foi se perdendo. Uns dez anos depois eu consegui encontrá-la, estava casada, tinha um filho e morava numa fazenda. Fui até lá visitá-la, prometi voltar um dia, mas nunca voltei e acabei perdendo o contato de novo com minha amiga, não sei por onde ela anda, tenho procurado, mas não sei como encontrá-la. Lu tenho tanta saudade da nossa cumplicidade.

Comecei escrevendo isso, porque me lembrei das minhas primeiras melhores amigas da minha vida e porque eu me lembrei da Marileide, porque mais ou menos uns oito anos atrás eu soube dela, minha mãe veio me contar que ela estava casada, tinha um filho pequeno e sempre perguntava por mim; ela estava doente, estava com cancêr. Fiquei triste com a noticia e disse para minha mãe dizer que eu iria visitá-la na primeira oportunidade. Mas eu estava muito ocupada, com minha faculdade, com trabalho, namoro e eu não encontrei um tempo para fazer uma visita a minha amiga de infância. Sempre perguntava para minha mãe como ela estava, e minha mãe dizia que ela estava lutando muito contra a doença, mas que apresentava sinais de melhora. Eu não fui ver a Marileide, ela morreu e não encontrei tempo para dizer a ela que eu gostava muito dela.

Ontem estava indo a igreja e ela me veio a cabeça e senti muita tristeza por não ter parado um pouco para pensar que eu poderia ter feito uma viagem de cinco horas em qualquer final de semana, poderia ter voltado a Iturama e ter olhado nos olhos da minha amiga e ter dito a ela o quanto eu gostava dela, que nossa infância tinha sido maravilhosa, mas eu não tinha tempo. Ela se foi cedo demais, tinha 30 anos, se eu pudesse voltar só um dia no passado, eu iria até sua casa, um só dia eu queria voltar.

Acho que penso em tudo isso agora, porque mudei de cidade novamente e como mudar de cidade sempre me foi tão doloroso me vem o medo de perder para sempre de novo as pessoas que eu amo. Mesmo que hoje a modernidade permita os contatos, eu tenho medo de não mais abraçar e ver o sorriso dos que eu amo, ou de simplesmente nos perder nos caminhos desta vida.

Lembrei-me de uma coisa agora de outra amiga também chamada Lu(Lucieny), eu tinha acabado de chegar da Itália e fui passear na casa dela, ela não tinha chegado do trabalho ainda e fiquei por ali sentada no sofá esperando por ela; e o que não me esqueço foi que quando ela abriu o portão da sua casa, estava chegando junto com seu irmão e quando ela me viu sentada no sofá ela abriu um sorriso lindo, verdadeiro e disse:
"NOSSA QUE COISA BOA", ela se referia a mim, por eu estar ali, ela se referia a minha presença. Eu não me esqueço disso, desse calor humano que é o sorriso de uma pessoa que você gosta. A Lu eu também deixei em outra cidade, mas ela é a presença viva aqui no meu coração, nestes últimos anos foi na casa dela que muitas vezes encontrei colo, abraço, amizade, era como se fosse minha casa, minha família, e agora aqui longe dela, sinto uma enorme saudade daquele aconchego, das caminhada de volta do trabalho, das coisas que conversarmos de quando parávamos para comer espetinho no “Léo”. Ainda continuo sem entender os “porquês” desta vida, que temos que mudar e deixar aqueles que amamos, mesmo que às vezes a necessidade nos pareça obvia e que seja mesmo inevitável a mudança. O meu coração ainda não aprendeu a lidar com esse tal “óbvio”. As coisas mudam de lugar, as pessoas mudam, mas sentimento de amizade de verdade é coisa que não muda.

As amigas são um bem precioso na minha vida, as outras amigas que não citei o nome também são de muito valor, todas têm a sua história e momentos especiais na minha vida, para falar das Rose´s, Maria´s, Rô´s e tantas outras eu escreveria mesmo um livro.

Romilda Santos
17/05/09
Cuiabá - Mato Grosso

17/05/2009

sábado, 9 de maio de 2009

De Joelhos

De Joelhos

Estou de joelhos
E te peço não me negue suas mãos

Nesta noite
ouvi no meu sonho
o sino do trem
que tocava a hora da partida

Olhei para todos os lados
procurei um único olhar
procurei um colo
alguém para me ouvir
Ninguém se importou

Vi um caminho solitário
a minha espera
Vi nas lembranças
o Céu azul que sorria

Depois da chuva
não teve arco-íris

Eu corro na rua
o sol é quente
e meu coração fica frio
te vi no carro ao lado
Não, não era você

Essa blusa me sufoca
Este sol que me arde
Minhas lágrimas se misturam
ao suor deste calor intenso

Já é hora
tenho que trabalhar
É preto e branco a cor da minha roupa hoje
Vestida assim pareço nada sentir

Tanta gente em volta
Homens de gravata
Quem é essa gente
tão distante da alma?
Agora eu também fico distante...
Minha alma continua de joelhos.

E como diz a música:
"Preciso acabar logo com isso
Preciso lembrar que eu existo..."


Romilda Santos

sábado, 11 de abril de 2009

Destino Amor

Quando você foi embora,
até mesmo o barulho de uma escola de samba inteira
era um grande silêncio
e fez muito silêncio na minha alma
O sol que brilhava tanto parecia chorar junto comigo

A saudade cresceu invadiu meu peito
quase me fazendo perder a respiração
A noite eu tinha medo de não suportar tanta dor
E a minha volta nada mais fazia graça
E pensei não conseguir suportar cada dia que amanhecia sem você

Mas de tamanha dor sei que é preciso me livrar
Não posso mais viver esperando um futuro
incerto sem saber se este amor de novo vai acontecer

Não posso viver na espera de uma volta
Esperando que a qualquer momento eu possa ver de novo seu sorriso
Esperando ouvir sua voz que acalenta meu coração
Sentir o seu abraço que faz ter vontade de parar o mundo por um instante

Então eu respiro fundo agora
Seco minhas lágrimas
E deixo que a vida faça devagar o seu curso
Que esta vida louca que nos leva por novos caminhos
cumpra o seu destino
Levando embora quem precisa ir
E trazendo de volta quem precisa voltar
Ou fazendo o novo acontecer.

Seja feita então vida
o que tem que ser
Ou me leva esta dor
Ou traga o meu novo amor
mesmo que este "NOVO" amor
seja este velho conhecido:
Você meu grande amor.

Seja feita a sua vontade vida
mas que eu não morra por tanto
amor que me sufoca.

Que eu possa viver
como um passáro que
sabe onde ir e vir
E que eu possa de novo ouvir
seu canto pelas manhãs como
canção de amor celebrando
a alegria de viver.

Romilda Santos
10/04/2004 14:39

terça-feira, 17 de março de 2009

Nada

Hoje eu queria escrever qualquer coisa, um poema, uma crônica, um desabafo. Fico aqui procurando as palavras dentro do meu coração, dentro da minha cabeça, qualquer palavra, qualquer frase que possa saltar de repente pelos meus dedos e que consigam transcrever nesta página branca e fria deste computador, que nada sabe do que acontece aqui dentro de mim. Em segundos penso, imagino e sei de uma certeza:

Como posso transcrever aquilo que nem eu mesma sei dizer?
Apesar de saber que essa estranheza me acompanha há tantos anos, ás vezes me vem uma pergunta, se um dia eu vou me resolver.

Mas o que é se resolver?

É ter todos os dias a mesma cara, o mesmo jeito, aquelas pessoas que você sabe que se virar a esquina todos os dias no mesmo horário, estará lá com mesmo olhar, o mesmo sorriso, o mesmo jeito, até as suas roupas nunca surpreendem.

Isso é ser normal?
Ando mesmo querendo saber se sou normal...

Ontem senti uma saudade imensa de algo que nunca tive e que nem sei se quero ter, porque ao ter já não terei mais saudades.

Eu que sempre sou quase tudo e recebo quase nada.
Hoje estou cansada, não quero quase nada, eu quero mais que tudo, nem que seja somente por hoje, que seja tudo, porque nada hoje não cabe no meu número.




Romilda Santos
17/03/2009

domingo, 22 de fevereiro de 2009

É amor

É amor


Outro dia minha alma ficou amarrotada
Em algumas partes rasgos que pareciam não ter conserto
A guerreira ficou sem espada
O cavaleiro sem cavalo
Os pés pesados sem vontadade caminhar
Sinto que amor é isso meio que morrer de repente
e depois como um milagre
ressugir do nada a força que parecia ter ido embora


E o ferro queimando em brasa vai passando o corpo
com a beleza de roupa nova
E a velha máquina do tempo faz remendos perfeitos
no coração do amor...
E as cicatrizes, fundas cicatrizes não estão fechadas
mas elas nem doem mais

O olhar da compreensão fecha o abismo
Sonho em ficar junto qualquer dia, sem dor, sem mágoa...
Recuo e desisto...
Deixo a liberdade desenhar no infinito
as linhas de um novo rumo
Penso que amor não precisa
de muita explicação
e se não estiver junto
ainda assim é amor...
E amor de verdade fica eternizado.



Romilda Santos
22/02/2009

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Qualquer dia eu volto

Qualquer dia eu volto


Andei esquecendo de mim
Andei vivendo as loucuras
dos dias sem tempo para ser eu...

Andei falando a língua de tantos
esquecendo de falar a minha
Me desliguei da minha alma
Deixei um coração de lado
Parei de parar no pôr do sol
dias e noites parecendo um só
Que dia é hoje?
Nossa já faz tempo que nem sei de mim!

Estou sem ar...
E a vida seguindo sem vida
Deu um grito desesperado me chamando de volta
Na dor física vi a alma da poeta que chora
com saudade de verdade da minha realidade
Daqueles dias que passarinho canta na janela
e de chuva que cai no telhado fazendo canção de amor
Li nos versos antigos uma vida que transpirava encanto

Andei pensando
que vida assim nem é vida
Viver assim é ser meia metade de mim
Já que preciso ser inteira para ser feliz
Andei pensando que qualquer hora
eu volto para mim mesma.


Romilda Santos

02/02/2009