terça-feira, 17 de março de 2009

Nada

Hoje eu queria escrever qualquer coisa, um poema, uma crônica, um desabafo. Fico aqui procurando as palavras dentro do meu coração, dentro da minha cabeça, qualquer palavra, qualquer frase que possa saltar de repente pelos meus dedos e que consigam transcrever nesta página branca e fria deste computador, que nada sabe do que acontece aqui dentro de mim. Em segundos penso, imagino e sei de uma certeza:

Como posso transcrever aquilo que nem eu mesma sei dizer?
Apesar de saber que essa estranheza me acompanha há tantos anos, ás vezes me vem uma pergunta, se um dia eu vou me resolver.

Mas o que é se resolver?

É ter todos os dias a mesma cara, o mesmo jeito, aquelas pessoas que você sabe que se virar a esquina todos os dias no mesmo horário, estará lá com mesmo olhar, o mesmo sorriso, o mesmo jeito, até as suas roupas nunca surpreendem.

Isso é ser normal?
Ando mesmo querendo saber se sou normal...

Ontem senti uma saudade imensa de algo que nunca tive e que nem sei se quero ter, porque ao ter já não terei mais saudades.

Eu que sempre sou quase tudo e recebo quase nada.
Hoje estou cansada, não quero quase nada, eu quero mais que tudo, nem que seja somente por hoje, que seja tudo, porque nada hoje não cabe no meu número.




Romilda Santos
17/03/2009