quinta-feira, 29 de maio de 2008

Sei?

Não escrevo poemas
para ser poeta
Escrevo para tentar entender
o que já sei do que não sei.

O que é?


Romilda Santos

Talvez

As turbulências é que me levam
aos opostos e aos extremos

É no mais alto pico que respiro liberdade
É na descida sem freios que ultrapasso o que dizem ser
"parada obrigatória"

Já sentei e tentei observar a vida passando
e no silêncio sem respostas vieram desassossegos
e de novo me fizeram voar na direção contrária do vento

Sou eu querendo saber de mim
Talvez eu mesma nunca saiba
Talvez eu fique
Mas talvez eu nunca esteja
e nunca seja o que desejo ser

Talvez o êxtase não me seja suficiente...
Preciso de sonhos
Preciso de vôos
Os impossíveis me fazem pulsar.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Trama

Sou uma trama de mim mesma
que ama sem limite
que anda na corda bamba
caminha ao lado do abismo
e confude com paraíso.


Romilda Santos

terça-feira, 13 de maio de 2008

Pedaço

A parte sua que quero
é o pedaço que você não tem para me dar
Ainda assim quero que venha no fim da tarde
Deite mansamente sobre meus lençois

E não fale comigo
Fique ali mesmo no silêncio
Não quebre a magia com seu tom de voz
dizendo que "não pode".
Não interessa saber
Me basta viver.

Não fique por muito tempo
Vá antes que deixe ser encanto

Se não puder entender
Apenas sinta
O que eu posso ser sem nada dizer.


Romilda Santos

Ai de mim

Ai de mim se não tomo agora
as rédeas da minha vida

Tantos devaneios e essa voz
que fala e nada diz.

Ai de mim se não acho a porta
me desespero e cometo absurdo

Eu bem que quero esse engano
mas bem sei que é o caminho do fim.

Ai de mim
que já não sei mais de mim.


Romilda Santos